O que a diretoria do Vasco espera para estancar a vergonha que todos os torcedores do clube sentem nesse momento? O clube faz uma campanha vergonhosa no medíocre Campeonato Estadual. Jogou três vezes contra pequenos. Perdeu todas. Tomou sete gols. Vexame histórico. Enquanto isso, Botafogo, Flamengo e Fluminense dão chicotadas sucessivas nos seus adversários. 100% de aproveitamento. Hoje, o Vasco completou sua tríplice coroa. Derrotas para Resende, Nova Iguaçu e, nova versão, para o Boavista, onde jogam Edu Pina, Roberto Lopes e Thiaguinho, todos dispensados de São Januário. E o que aconteceu no auge da crise? Nada. Absolutamente, nada. PC Gusmão, que está longe de ser o único culpado, foi mantido no cargo por Roberto Dinamite. Os jogadores são intocáveis, por mais não falem mais a língua do PC e não apresentem nenhuma explicação para o mico, preferindo usar clichês medonhos e vazios nas entrevistas pós jogos. E os dirigentes, numa reação de absoluta letargia, preferem esperar por uma milagre efêmero que, num piscar de 90 minutos, convença, iluda e gere uma trégua nas arquibancadas. Trata-se de uma estratégia marcada pelo improviso e que não levará o Vasco a lugar algum.
No fundo, pelo que conhecemos do Vasco, a diretoria espera pelo clássico contra o Flamengo para tomar uma decisão. Se perder, PC sai. Se vencer, quem sabe, fica e começa uma nova etapa. Mera ilusão, simples paliativo. Os jogadores não conseguem assimilar o que o treinador pede. E PC parece cansado de esperar por uma resposta em campo.Não me surpreenderia se o técnico entregasse o cargo antes do jogo de domingo. O ambiente é insustentável. E, quanto mais o time perde, mas fica para o público a imagem de que a culpa é só de treinador, quando ela é coletiva. Do campo ao banco, passando pelos gabinetes.
Duvido que um dia veja um cartola brasileiro, seja lá de que clube for, punindo jogadores mimados por uma crise ou uma série de derrotas. Não há coragem para tamanha revolução de conceitos e atitudes. Prefere-se sempre a degola simples e unitária da cabeça do professor. Até porque isso dá uma sobrevida a todos. Aquele períódo motivacional, que geral algumas vitórias pós-guilhotina, alivia a barra da boleirada, dá um respiro na cartolada e prepara o circo para a próxima turbulência. Trata-se de uma espécie de calmante boçal e sem sustentação, mas não deixa de ser uma decisão. E nem isso foi feito nesse momento caótico do futebol do Vasco.
Mais do que perder pontos em pencas nos Estaduais da vida e ouvir piadas primárias dos rivais, o mais importante para o Vasco nesse momento é agir. Recuperar sua grandeza. Sofrer com as derrotas e, no mínimo, demonstrar desconforto com o momento. Muito mais efetivo que acusar torcedores sofridos de “falsos vascaínos” ou coisas do gênero. A história do Vasco é muito maior do que picuínhas de vestiários, disse-me-disse de esquina, disputas políticas desnecessárias e engenheiros de obras prontas. O torcedor espera por uma resposta. De preferência, profissional, madura e consistente. E sem o ranço da vergonha.
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