Nascido e criado no bairro de Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro, Guilherme começou a jogar bola aos quatro anos, na escolinha Rio Sport Center, do ex-zagueiro Gonçalves. Aos 10 anos, fez um teste no Flamengo, e passou, mas não quis ficar na Gávea e seguiu treinando na mesma academia – já com o nome de Estácio de Sá – até o início de 2006, quando tentou a sorte no Vasco. De acordo com o coordenador da categoria do time de São Januário, Fábio Fernandes, ele precisou apenas de um treino para ser aprovado.
Logo em seu primeiro ano na Colina, o meia conquistou o Campeonato Carioca Sub-12 – então chamado de pré-mirim – e, em 2007, repetiu a dose no mirim marcando 29 gols no Estadual da categoria, conquistado de forma invicta pelos vascaínos. No mesmo ano, ele também ajudou o clube na conquista da Macaé Cup e terminou a temporada com 44 tentos assinalados.
Seu desempenho chamou a atenção do então técnico do infantil do clube, Marcus Alexandre Cravo, que o promoveu ao time titular logo em seu primeiro ano na categoria. Jogando no ataque, fora de sua real posição e contra garotos mais velhos, Guilherme não se intimidou e continuou a mostrar talento, tendo terminado a temporada como artilheiro do time, com 22 gols. Já em 2009, ele voltou para o meio e assumiu de vez o posto de principal jogador do time.
A primeira convocação para a seleção sub-15 soou como algo natural em São Januário, e desde então é frequentemente chamado, sempre atuando como titular do meio-campo. Com a amarelinha, suas atuações também são dignas de elogios. Além de dividir a responsabilidade pela criação de jogadas com o flamenguista Adryan, Guilherme exibe eficiência acima da média nas bolas paradas.
A supracitada facilidade nas bolas paradas é, sem sombra de dúvidas, a característica mais notada no futebol de Guilherme. Ao contrário da maioria dos canhotos do futebol mundial, ele sabe trabalhar bem com o pé direito, a possibilidade de chutar com as duas pernas abre muitas possibilidades de ação, e dificulta a vida de seus marcadores.
Em relação ao seu estilo de jogo dentro de campo, Guilherme é comparado muitas vezes com Kaká, pelas passadas largas e pela postura demonstrada. Seus companheiros de clube o definem como o “maestro do time”, e “jogador que pode decidir a partida em apenas um lance”. Um dos coordenadores das divisões de base do Vasco, Fábio Fernandes, o descreve como um “jogador moderno, inteligente e disciplinado”.
Outras virtudes notadas em seu jogo são a velocidade e o cabeceio, que, somadas às qualidades citadas acima, fazem de Guilherme um jogador praticamente completo tecnicamente e muito versátil. Além disso, sua conduta fora das quatro linhas é muito elogiada por jogadores como o volante Jônatas Paulista e o zagueiro Linderman, ambos dos infantis do Vasco. Adjetivos como “tranquilo” e “humilde” são frequentemente ligados à sua personalidade.
O bom trabalho realizado na Colina e na seleção brasileira não passou despercebido na Europa. O assédio dos grandes clubes do Velho Continente é cada vez mais intenso, e já houve uma proposta de um clube inglês, que chegou diretamente ao pai do jogador, William, que disse que seu filho só sairá do clube com proposta firmada ao Vasco e à família. “Entendemos que o Guilherme é patrimônio do clube. Ele tem alegria de jogar pelo Vasco".
Com o apoio do clube e o acompanhamento familiar, Guilherme tem tudo o que é necessário para evoluir sem muita turbulência e, em um futuro próximo, figurar no time principal do Vasco, assim como Coutinho e Alex Teixeira. E sua afirmação serviria para selar de vez a recuperação da base do time carioca, que está entre as mais tradicionais do país, mas andou meio tímida nos últimos tempos em razão dos inúmeros problemas administrativos pelos quais o clube passou. É esperar para ver.
Fonte: Olheiros.net
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